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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sandy Paste


O produto que será testado chama-se “Sandy Paste”, ou “Pasta Arenica” em espanhol, idioma do fabricante, a Valejjo, conhecida principalmente pela qualidade de suas tintas acrílicas. Trata-se de uma pasta, ao que parece, composta por pedra pomes moída em partículas menores que grãos de areia, e sua proposta é facilitar a vida do modelista na hora de confeccionar os terrenos. Alguns modelistas utilizam areia de praia ou lavada, massa corrida, e até gesso para compor seus terrenos, inclusive eu, que até hoje utilizei terra peneirada em meias femininas de seda. Até conhecer esse produto.


Montei uma pequena base com um toco de árvore colada com super bonder para confeccionar o terreno, naturalmente, com o objetivo de aproveitá-la para algum trabalho.


Com uma espátula, colhi um pouco do material e espalhei pela base. A textura é bem homogênea, parecendo um mingau, e espalha muito bem pelo substrato, e o melhor de tudo: pode-se lavar as ferramentas utilizadas depois com água.




É possível fazer marcas de esteiras, pneus e pegadas no terreno, mas não imediatamente após a aplicação. Recomendo aguardar algumas horas até que a superfície não esteja úmida ou grudando. Interessante frisar que após aplicação, a pasta não se espalhou pela superfície, deixando-a lisa. Como se pode reparar nas fotos, o terreno permanece com algumas ondulações e está áspero, o que deixa um aspecto ainda mais interessante e realista.

Experimentei ainda posicionar alguns pedriscos na pasta para verificar se após seca, estes aguentariam a fase de pintura, incluindo o pincel seco, se soltariam, como é muito comum ocorrer com outros materiais.



A secagem da pasta é em cerca de três horas, mas por medida de precaução, eu só mexí na base no dia seguinte.

Após seca, a pasta apresenta um aspecto bem interessante de terra. Os grânulos de pedra deixaram uma textura bem agradável, e o material depois de seco, apresenta uma grande rigidez, praticamente como uma pedra mesmo, e os pedriscos não se soltaram após o manejo. Até aqui, o material vem cumprindo com todos os seus objetivos. Vamos agora à parte da pintura. Porém antes, uma pequena amostra do trabalho pretendido para esta base.




Com um aerógrafo, apliquei uma camada de tinta esmalte numa tonalidade de marrom qualquer. Procurei utilizar um que se aproximasse mais da tonalidade de terreno que eu imaginava. A marca e a cor da tinta é irrelevante no momento, uma vez que a intenção é verificar a cobertura e o aspecto final da tinta no material.


O resultado foi bem interessante. A tinta pegou muito bem na superfície, e não precisei aplicar nada para prepará-la antes. Secou, já pode receber tinta.


Após a aplicação da cor base, resolví aplicar um wash de marrom escuro acrílico, para tirar aquele aspecto de pintura uniforme demais, e o resultado foi muito bom. A pasta reteve a tinta, mas ao mesmo tempo, permitiu que fosse espalhada, evitando a ocorrência de manchas. Isso é muito importante quando se confecciona terrenos, pois a intenção é tingir levemente a superfície, e não manchá-la.


Após isso, apliquei um pincel seco, numa tonalidade de marrom mais clara, para ressaltar as protuberâncias do terreno, e pintei as pedras e o tronco; e depois, foi só aplicar a vegetação.




Resultado final, com um tanquista Polonês, "fiscalizando" o trabalho.



Conclusão: O material passou com grande eficiência em todas as etapas da confecção de um terreno, desde a fixação dos elementos até a pintura final, passando pelo wash e pelo pincel seco. Outro aspecto que deve ser ressaltado, é a cor do material. O cinza, proporciona uma aparência muito mais agradável e muito mais fácil de se pintar do que superfícies escuras de outros materias, como terra peneirada, por exemplo.

Não é um material tão barato assim, e vem em potes de 200ml, mas para quem curte fazer vinhetas ou figuras individuais, utilizando pequenas bases, é altamente indicado e vale cada centavo.

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